A respiração consciente (Breathwork) demonstra um potencial promissor como intervenção não farmacológica para o trauma e o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), com crescente respaldo empírico para seus benefícios fisiológicos e psicológicos. Uma revisão sistemática de 15 estudos encontrou evidências moderadas a fortes de que o breathwork alivia sintomas de TEPT, ansiedade e depressão (Malviya et al., 2022). Da mesma forma, um estudo de caso clínico relatou a remissão completa dos sintomas de TEPT após oito sessões direcionadas de respiração, destacando seu potencial terapêutico para a recuperação de traumas (de Wit et al., 2020).
Pesquisas neurofisiológicas recentes esclareceram ainda mais esses mecanismos. Fincham et al. (2023) identificaram que técnicas de respiração de alta ventilação induzem estados alterados de consciência enquanto modulam a atividade do sistema nervoso autônomo e central — especialmente por meio de mudanças nos processos neurometabólicos e interoceptivos. Gerbarg et al. (2024) também demonstraram que a respiração lenta e controlada aumenta o tônus vagal e apoia a autorregulação da resposta ao estresse, fator essencial na estabilização do trauma.
Embora esses achados sugiram que o breathwork possa auxiliar no processamento de traumas e na regulação do sistema nervoso, a variabilidade metodológica e o número limitado de ensaios em larga escala indicam a necessidade de mais pesquisas. Integrar o breathwork aos cuidados informados sobre trauma — em conjunto com abordagens psicoterapêuticas — pode oferecer um complemento acessível, de baixo custo e centrado no corpo aos tratamentos existentes para TEPT e transtornos relacionados.