A técnica do mindfulness tem sido bastante popular nos últimos tempos, porém, apesar de todas as matérias e explicações sobre o assunto ainda existem muitos mal-entendidos sobre o que é e para que serve.
Um dos erros mais comuns é que o mindfulness é uma religião e embora seja uma prática popular em muitas religiões, ele é, na verdade, uma técnica de treinamento mental compatível com todos os tipos de crenças e ideias.
“Mas você tem que se sentar com as pernas cruzadas no chão para praticar a atenção plena ou mindfulness, certo?”
Errado. Você até pode se quiser, mas é possível praticar onde quiser e por quanto tempo também, ou seja, é totalmente com você, sem maiores restrições.
O que é a atenção plena de fato?
Essencialmente, é uma prática de observar seus pensamentos e sentimentos como se fossem nuvens no céu, sem criticar ou agir. Criando, aos poucos, a capacidade de deixar seus pensamentos e sentimentos passarem, o mantendo no presente, atento ao que está acontecendo ali mesmo.
Estudos psicológicos confirmam que a atenção plena é eficaz.
De acordo com um estudo de 2003 publicado na revista médica americana Psychosomatic Medicine a atenção plena melhora a saúde física e alivia a dor, além de fortalecer o sistema imunológico. Já outro artigo de pesquisa publicado em 2008 por Jon Kabat-Zinn apontou que a meditação consciente pode ajudar a aliviar a dor crônica e reduzir a ansiedade, irritabilidade e depressão
Em um estudo realizado pelo professor belga Kees van Heeringen indicou que as pessoas tinham muito menos probabilidade de recair na depressão quando combinavam atenção plena com antidepressivos reduzindo a recaída de 68% para 30%!
Existem ainda diversos outros estudos que apontam cada vez mais vantagens e benefícios adquiridos através da prática.
Compreenda a distinção entre fazer e ser
Ambos os modos são importantes e a chave está em compreender suas diferentes funções.
Vamos começar com o modo de fazer: um estado de espírito analítico que quando você está nele está comparando coisas, focando em metas ou repassando eventos passados. Todo esse pensamento é exaustivo e toda essa energia gasta em contemplar as dificuldades não necessariamente resulta em algo, afinal é fácil ser pego na reflexão sem realmente fazer nada.
Já o modo de ser é um estado totalmente diferente. Quando você está nele, você está muito mais presente no momento e depende de escolhas conscientes, ou seja, pensamentos e experiências aparecem como imagens em sua mente, sem dominar seus pensamentos deste modo, é muito mais provável que você busque experiências nutritivas.
Pense desta forma: quando você está fazendo isso, é fácil devorar alguns donuts em sua mesa sem nem perceber. Mas quando você está focado e atento ao presente momento apenas sendo, é muito mais provável que você busque o que realmente quer e se divirta.
O modo de fazer pode envolver muita negatividade, o que pode rapidamente se tornar um atoleiro. Isso ocorre porque a mente e o corpo estão conectados. Seu humor afeta seus pensamentos e vice-versa, criando ciclos de feedback positivo e negativo.
É uma imagem diferente quando você está no modo de ser. Por estar presente no momento, você pode experimentar os sentimentos de forma mais intensa, em vez de tentar escapar deles, o que significa que eles também se dissipam mais rapidamente. Em outras palavras, você quebra o ciclo negativo associado ao modo de fazer.
É disso que se trata a atenção plena: fazer uma pausa no fazer e simplesmente ser!
Vamos praticar!
Meditação – Ganhando Foco (Dia 1)