O gênero pode afetar o mindfulness?

by @puraenergiapositiva

As questões de gênero estão muito presentes na sociedade hoje em dia, mas será que elas podem afetar o mindfulness de alguma forma? É sobre isso que vamos falar um pouco mais hoje.

Segundo o autor John Gray, os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus. Acreditando nisso ou mesmo acreditando que somos todos do mesmo planeta, não podemos negar que o tema de sexo e gênero vem recebendo bastante atenção nos últimos tempos.

Acontece que, assim como diferentes populações usam a ferramenta da atenção plena de maneiras distintas, fatores como gênero e idade também podem afetar a maneira como nós respondemos aos estímulos meditativos do mindfulness.

Ficou interessado no assunto? Então vamos entender melhor tudo isso logo a seguir. Vemos lá!

 

Facetas do mindfulness

Para entender como o gênero pode afetar o mindfulness, é importante compreender um pouco mais sobre os estudos utilizados para se chegar a essas conclusões.

Normalmente, é utilizado o FFMQ, isto é, o Questionário de Mindfulness de Cinco Fatores. Ele tem o objetivo de analisar como as pessoas pontuam 5 diferentes fatores do mindfulness, que são os seguintes:

  • Observação
  • Ação com consciência
  • Descrever
  • Não-julgamento
  • Não-reatividade

Os estudos mostraram que as mulheres tendem a pontuar mais na faceta de “observação”, ao passo que os homens pontuam mais no fator de “não-reatividade”.

Pesquisadores da Brown University, mais recentemente, dedicaram-se a entender as diferenças de gênero no mindfulness. Foram considerados 77 homens e mulheres em idade universitária que estavam cursando a graduação.

Foi realizada uma intervenção de mindfulness com esses estudantes por um período de 12 semanas. Estavam incluídos seminários, laboratórios de meditação e retiros de finais de semana.

Os laboratórios, por exemplo, incluíam a prática de 3 horas semanais de atenção focada e aberta no monitoramento da meditação, somando 36 horas totais ao fim do estudo.

Vale lembrar que antes de começar os estudos, todos os participantes preencheram um questionário. Ele visava medir suas emoções negativas e positivas, sua compaixão e seu nível de atenção plena.

 

Como o gênero pode afetar o mindfulness

De uma forma geral, todos os participantes aumentaram seu mindfulness e também sua autocompaixão. Ambos os gêneros também demonstraram a diminuição das emoções negativas, porém o mesmo nível de emoções positivas.

Contudo, analisando separadamente o grupo de homens e mulheres, os resultados mostraram algo interessante.

As mulheres apresentaram uma maior diminuição do humor negativo ao passo que sua compaixão e atenção plena aumentaram mais que a dos homens.

Essa melhora no humor foi associada ao fato de que o mindfulness ajuda com aqueles 5 fatores que citamos, possibilitando perceber melhor as emoções e os pensamentos sem exercer qualquer julgamento sobre eles.

Nos homens, não foi possível estabelecer uma relação direta entre a melhora da compaixão e da atenção plena com a diminuição das emoções negativas.

Mais do que isso, houve melhora no fator “não-julgamento” e “não-reatividade” porém, não se notou melhora nos fatores de “observação” e “descrição”.

Sem dúvidas esses estudos mostram que há sim uma grande diferença na forma com que o gênero afeta o mindfulness.

Vale lembrar que o estudo em questão considerou homens e mulheres que iniciaram o programa com a mesma linha de base em relação ao bom e mau humor.

Além disso, os homens meditaram, em média, 7 horas a mais do que as mulheres, o que é um aspecto importante a ser considerado.

Então, por que os homens apresentam um desempenho inferior ao das mulheres no que diz respeito à diminuição de emoções negativas com o uso de mindfulness?

 

Emoções negativas e o gênero

O que os autores argumentam para justificar esse questionamento é que pode haver um mecanismo específico de gênero em relação às emoções negativas na prática do mindfulness.

Vale lembrar que estudos anteriores realizados acerca dessa área também demonstraram que há diferenças nas técnicas de regulação emocional de cada gênero.

O fato é que nos homens, a área do cérebro relacionada a essa regulação emocional é menos ativa se comparado com as mulheres. Isto considerando aquele momento em que precisamos reavaliar uma situação para gerar uma reação emocional regulada.

Isso quer dizer que, de uma forma geral, essa função exige muito menos esforço para os homens do que para as mulheres.

Por outro lado, o cérebro da mulher envolve mais as regiões para a associação de emoções quando ocorre a indução de uma emoção negativa.

Pesquisas anteriores ainda mostram que a mulher tem uma maior tendência de internalizar os eventos, enquanto o homem tem uma maior tendência de externalizá-los.

Considerando todos esses dados já vistos até agora, é possível entender que as intervenções de mindfulness podem ter mais resultados nos sentimentos negativos das mulheres. Isso porque trabalham justamente esse hábito de ficar “ruminando” a sua resposta a um evento estressante.

Em resumo, a prática do mindfulness pode ser especialmente benéfica para aquelas pessoas que apresentam sentimentos mais intensos, maior identificação com as emoções que se manifestam ou que lidam com o estresse internalizando as emoções.

Isso porque tem a perfeita combinação de mudança na abordagem das emoções, diminuição da autocrítica, não-reatividade, aumento da compaixão (com os outros e consigo mesmo), melhora da observação dos fatos e, especialmente, não-julgamento.

É importante lembrar:

Esse estudo traz um grande aporte ao debate sobre o tema de gênero no mindfulness e a contribuição dessa prática para o desenvolvimento pessoal e regulação emocional.

Contudo, claro, ainda são necessários mais estudos a respeito do tema, bem como a conclusão de inúmeras pesquisas que já estão em andamento.

O que já podemos afirmar, sem a menor sombra de dúvidas, é que a prática do mindfulness é incrível e traz uma série de benefícios, tanto para homens quanto para mulheres.

Isso porque tem ênfase no não-julgamento, não internalização de experiências e emoções negativas, eliminação do autojulgamento e autocensura. Também ajuda a lidar com os próprios desejos físicos sem suprimi-los.

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